Regional 03.08.2020 15H58
Última fase da requalificação da Casa Camilo apoiada por fundos comunitários
A casa-museu sediada em São Miguel de Seide, no concelho de Vila Nova de Famalicão, começou a ser intervencionada depois de ter sido incendiada em 1915.
A derradeira intervenção na Casa-Museu Camilo Castelo Branco e o desenvolvimento da rota turístico-cultural associada ao escritor vai ser apoiada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do programa Norte 2020. A novidade foi adiantada esta segunda-feira pela Câmara Municipal de Famalicão.
Com um custo previsto de 700 mil euros, o projecto, dividido em duas vertentes, será financiado em 500 mil por este auxílio comunitário. O restante valor será suportado pela autarquia. No primeiro caso, através da iniciativa 'Rota Camilo: Valorização da Casa-Museu e Cemitério da Lapa', estão planeadas as reconstruções da Quinta de São Miguel e da Casa dos Caseiros, de forma a torná-las visitáveis.
Além disso, a candidatura, que foi apresentada em conjunto com a Venerável Irmandade da Lapa, do Porto, vai permitir a qualificação do cemitério da Lapa, um monumento de interesse público onde está localizado o jazigo de Camilo Castelo Branco.
Em declarações à RUM, o presidente da Câmara Municipal de Famalicão explica que, com esta intervenção, “o conjunto de obras realizadas desde o incêndio de que a casa foi alvo [no dia 17 de Março de 1915] fica concluído”, lembrando as construções do Centro de Estudos Camiliano e o Centro Social e Paroquial de São Miguel de Seide.
“Faltava esta parte final, que felizmente vai poder avançar. Esta é uma notícia muito relevante para Famalicão e para o norte do país. É uma casa-escritor de excelência num contexto patrimonial também ele muito requalificado”, acrescenta Paulo Cunha.
Vida e obra de Camilo Castelo Branco ligam concelhos de Vila Nova de Famalicão e Porto
Já a candidatura 'Rota Camilo: Qualificação e Divulgação Territorial' está relacionada com o percurso turístico-cultural, criado em Março de 2017, que liga Vila Nova de Famalicão ao Porto.
Nesta iniciativa, o concelho minhoto assume o papel de beneficiário líder e o município de Ribeira de Pena é co-beneficiário, em concertação com uma rede de parceiros distribuídos pela região, nomeadamente a Câmara Municipal do Porto, o Centro Português de Fotografia, a Confraria do Bom Jesus, CP - Comboios de Portugal e a Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa.
“Ao longo deste trajecto, vamos ter referências que se relacionam com a vida e a obra de Camilo, a começar na antiga Cadeia da Relação do Porto e no cemitério onde está sepultado e passando pela Livraria Lello, pela Biblioteca Municipal de Famalicão [à qual o escritor dá nome] e pela própria casa-museu”.
Ainda sem data para arrancarem, Paulo Cunha espera que as obras comecem ainda este ano, de modo a que fiquem concluídas até ao segundo semestre de 2021, altura em que a Casa-Museu assinala 100 anos de abertura ao público.