ºC, Braga
Braga

Max º Min º

Guimarães

Max º Min º

Pedro Morgado e Carlos Almeida no 2º episódio do podcast UMind
Elsa Moura

Academia 14.04.2025 17H47

UMinho aguarda mais cheques-psicólogo após esgotar todos os códigos

Escrito por Elsa Moura
Academia minhota promove mil consultas via Serviços de Ação Social da Universidade do Minho.

false / 0:00

Aumentaram de forma “muito considerável”, na Universidade do Minho, os pedidos de consulta no serviço de psicologia prestado através dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM).


Antes da medida do governo, de cheques-psicólogo e nutricionista, a academia minhota realizava, em média, cerca de 1000 consultas por ano, mas a procura aumentou de forma exponencial, de acordo com o Diretor do Departamento Social dos SASUM, Carlos Almeida, ainda que os códigos de cheque solicitados e emitidos não tenham ainda sido utilizadaos na sua maioria, dada a validade de que dispõe. No segundo episódio do podcast UMIND, dedicado à saúde-mental e bem-estar, abordamos a forma como os estudantes da UMinho lidam com o stress e a ansiedade com os contributos de dois convidados: Carlos Almeida, Diretor do Dep. Social dos SASUM, e Pedro Morgado, psiquiatra, professor e investigador da Escola de Medicina da Universidade do Minho.


Segundo aquele responsável dos SASUM, os cheques-psicólogo disponibilizados à UMinho foram 5087 e de nutricionista foram 2543. Até agora, através dos cheques foram concretizadas cerca de 500 consultas.


"Isto veio representar um aumento muito considerável dos pedidos de consulta. Anualmente temos tido cerca de 1000 consultas no serviço de atendimento dos Serviços de Ação Social, com os cheques-psicólogos acresce a este número mais 600 pedidos de consulta. Já esgotamos há bastante tempo todos os códigos de cheques", indicou.

A cada pedido é feita a atribuição de dois cheques para triagem e, posteriormente, mais dez cheques.


Carlos Almeida reafirma que o governo precisa de ir mais além e as instituições necessitam de apresentar mais respostas, notando que as universidades devem "reforçar os recursos humanos" dada a necessidade. "Isto não se compadece com situações pontuais. É algo que tem que ser consolidado. Temos um programa para a saúde mental e bem-estar que aposta nesse caminho para este apoio e suporte aos estudantes de ensino superior", acrescenta.


Sabe-se também que estudantes deslocados são aqueles que mais procuram este apoio, não existindo tanto uma relação com o ano do curso. Carlos Almeida assume que é "compreensível" que o deslocado procure mais este apoio, notando a "transição para uma situação nova, muitas vezes dificuldades acrescidas", nomeadamente "dificuldades socioeconómicas, dificuldades de alojamento, de acolhimento e de integração nos grupos, mais ainda de estudantes de muito longe e que não têm um regresso a casa ao fim-de-semana", referindo-se nomeadamente a estudantes PALOP.


Escola de Medicina monitoriza saúde mental dos seus estudantes desde 2009


Pedro Morgado, docente e investigador da Escola de Medicina da Universidade do Minho, revela neste podcast que a própria escola, desde 2009 faz uma monitorização da saúde mental dos estudantes de Medicina e "é muito consistente que a saúde mental vai melhorando à medida que a adaptação vai acontecendo".


Além disso, outro dado apontado é que "a maior parte das manifestações de sofrimento ou até de doença mental acaba por estar relacionada com fatores que são extrínsecos à própria universidade ou fatores pessoais que já vinham com a pessoa como uma maior propensão para desenvolver quadros ansiosos ou depressivos, circunstâncias da vida familiar [económicas, problemas de habitação] e depois mais problemas para gerir". "Estes quadros muitas vezes são de sobrecarga, de exaustão. Quanto mais fatores adversos estiverem em cima de uma pessoa, maior a probabilidade de ela não ter possibilidade de o gerir e, portanto, de adoecer", resume o psiquiatra.


Deixa-nos uma mensagem