Academia 18.12.2023 18H33
UMinho atenta às necessidades infraestruturais. Edifício do Castelo ainda sem destino
Conselheiros elencaram um conjunto de necessidades, nomeadamente, para garantir a segurança e comodidade de membros da comunidade com necessidades específicas. 2024 poderá ser o ano em que o campus de Azurém irá receber um Centro de Dados.
A Universidade do Minho promete um olhar mais atento e interventivo, em 2024, no que toca à necessidade de requalificação de salas de aula e laboratórios. Na apresentação do Plano de Atividades da instituição para o próximo ano estão previstas sete agendas, sendo que este tópico é abordado na primeira dedicada à Transformação da Educação.
O parque edificado da UMinho, onde ocorre maioritariamente a atividade pedagógica, conta já com 30 a 35 anos. Uma das prioridades será a substituição da cobertura da Escola de Engenharia. No Orçamento da UMinho para 2024 estão previstos 4 milhões de euros para melhorar a componente energética e requalificar o CP1. O reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, adianta, porém, que não existe, neste momento, nenhuma linha de financiamento específica para este fim, contudo, a academia está a levar a cabo algumas intervenções.
Miguel Martins foi a voz dos estudantes no que toca ao descontentamento em relação às infiltrações muito visíveis durante a última semana devido à chuva intensa. O estudante denúncia a utilização de baldes no Instituto de Ciências Sociais, no Auditório Nobre e no CP1, para tentar conter os efeitos das infiltrações.
Face a esta situação, a conselheira Joana Arantes frisou que esta situação pode ser perigosa para alunos, docentes, investigadores e convidados com necessidades específicas. Outra das questões levantadas deve-se ao facto de a UMinho continuar sem dar respostas a esta comunidade, com necessidades específicas ao nível da mobilidade e não só, como às mães que não têm nos campi um espaço dedicado para amamentação.
"Os anfiteatros dos complexos pedagógicos não têm acesso por rampa. Uma pessoa com cadeira de rodas precisa sempre de ajuda, por exemplo, para abrir portas, inclusivamente para ir ao WC. Além disso, não há quartos de banho no piso 0 do CP2, que é o maior CP que nós temos, para membros da nossa comunidade e convidados que utilizem cadeiras de rodas. Não existe sinalização em braile, nem sinalização auditiva no que diz respeito, por exemplo, aos números das salas", elenca.
Edifício do Castelo continuará fechado em 2024.
Em relação ao edifício do Castelo, a conselheira Claúdia Pascoal lamentou que este não esteja previsto no Plano de Atividades do próximo ano. A docente e investigadora alertou para o estado muito severo de degradação desta infraestrutura que se encontra no centro da cidade dos arcebispos.
Em resposta, o reitor fala em ações pontuais para conter a degradação do edifício, garantindo que a UMinho não está disponível para alienar o mesmo.
"Não temos ainda nenhuma solução e não temos, como é óbvio, condições financeiras que nos permitam por nós próprios avançar com uma solução de recuperação. Aquilo que está previsto é a realização de obras de contenção que apenas visam impedir uma excessiva degradação do edifício que o torne irrecuperável", adianta.
Recentemente, a UMinho recebeu uma manifestação de interesse para utilização do espaço, porém, o reitor não revelou pormenores sobre esse contacto.
Azurém vai acolher um Centro de Dados da FCT.
Em termos de investigação, o responsável máximo da academia minhota garante que o próximo ano será de consolidação dos projetos em São Cosme do Vale, Famalicão, na antiga Didáxis, e na concretização do novo polo da UMinho direcionado para as ciências e tecnologias do mar, em Esposende.
Está também previsto que o campus de Azurém venha a acolher um Centro de Dados que, assim como o supercomputador Deucalion, terá acesso a energia verde, neste caso, com uma parceria com o INESC TEC.
Museu Nogueira da Silva e Galeria do Paço alvo de intervenções.
Na vertente cultural, Rui Vieira de Castro anuncia intervenções no Museu Nogueira da Silva e na Galeria do Paço, sendo que existe a intenção de passar a operar de forma integrada estes espaços com a Casa Museu de Monção.
A nova conselheira Helena Mendes Pereira recomenda a criação de “uma espécie de passe cultural para estudantes, docentes e discentes”, de modo a facilitar o acesso da comunidade à cultura e, desta forma, impulsionar o consumo de cultura na região. Uma proposta bem recebida pela presidente do Conselho Geral, Joana Marques Vidal.
A proposta Plano de Atividades da UMinho para 2024 foi aprovado com 13 votos a favor e 7 abstenções. O conselheiro Nuno Cerca irá apresentar uma declaração de voto.