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Rui M. Reis (Foto: UMinho)
Ariana Azevedo

Academia 23.05.2025 15H25

UMinho envolvida em estudo publicado na Nature sobre causas do cancro colorretal em jovens

Escrito por Ariana Azevedo
Investigação publicada na “Nature”, com o português Rui M. Reis (ICVS/Escola de Medicina da UMinho), contribui para novas estratégias de prevenção e intervenção. Aponta ainda para a influência da idade e da geografia no desenvolvimento da doença.

A Universidade do Minho está entre as instituições envolvidas num estudo internacional publicado na revista Nature que identifica possíveis causas para o aumento do cancro colorretal em pessoas com menos de 50 anos.


O trabalho, que contou com a participação do investigador Rui M. Reis, do ICVS/Escola de Medicina da UMinho, revela que a idade e a localização geográfica influenciam os processos mutacionais da doença, uma das mais letais no mundo.


A investigação foi realizada no âmbito do consórcio Mutographs, com a colaboração de 63 cientistas de 17 países, e baseou-se na análise do genoma completo de cerca de mil doentes com cancro colorretal, oriundos de cinco continentes. O estudo identificou padrões distintos de mutações genéticas associados à exposição precoce a bactérias intestinais como a Escherichia coli, que produz colibactina, uma toxina que danifica o ADN.


“A nossa descoberta destes fatores de risco ambientais e microbianos da doença pode vir a ter um impacto significativo ao nível dos rastreios e das estratégias terapêuticas adaptadas às populações de regiões específicas”, destaca Rui M. Reis.


O investigador português sublinha ainda que este é um exemplo claro de como a colaboração científica internacional e multidisciplinar pode contribuir para avanços na prevenção do cancro. Para Rui M. Reis, este trabalho "sublinha o papel vital da abordagem multinacional e multidisciplinar no combate ao cancro e, por outro lado, que os estudos de ponta na genética estão a transformar a prevenção oncológica."


O cancro colorretal, também conhecido como cancro do cólon e reto, é o terceiro mais diagnosticado no mundo, com 1,9 milhões de novos casos por ano. Em Portugal, é o cancro mais mortal, considerando ambos os sexos, com uma média de 12 mortes por dia. Embora tradicionalmente associado a pessoas com mais de 50 anos, a incidência em jovens adultos tem vindo a duplicar em vários países, o que torna urgente compreender e antecipar os fatores de risco.


O estudo publicado na Nature abre portas a novas formas de rastreio precoce, diagnóstico e intervenção médica personalizada, adaptadas à realidade genética e ambiental de cada população.

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