Academia 11.08.2025 17H49
Laboratório de Robótica da UMinho no mundial de futebol com robôs humanóides
Sete alunos do Laboratório de Automação e Robótica da Universidade do Minho estão em Pequim, desde o dia 19 de julho, a desenvolver uma tecnologia para competir nos primeiros mundiais de futebol com robôs humanóides. Além da competição, a ambição do grupo é aplicar estes conhecimentos a outras áreas do conhecimento.
A Universidade do Minho (UMinho) vai representar Portugal, pela primeira vez, numa competição de futebol com robôs humanoides, a decorrer em Pequim, China, entre os dias 15 e 17 de agosto. De acordo com Fernando Ribeiro, coordenador do grupo, o principal objetivo da equipa do Laboratório de Automação e Robótica (LAR) - UMinho é participar na “investigação e do desenvolvimento da tecnologia” e partilhar conhecimento mais do que somente a competição.
Segundo o docente, a oportunidade de participar neste campeonato foi apresentada ao LAR-UMinho pela própria organização do World Humanoid Robot Game que reconheceu o "currículo e o trabalho do laboratório desde 1998", e do próprio centro Algoritmi, no desenvolvimento de projetos ligados à robótica e à inteligência artificial.
No total, as 30 equipas, das quais sete são europeias, começam em pé de igualdade, no sentido em que todas usam o mesmo robô – o T1 da chinesa Booster Robotics - mas o fator diferenciador é a estratégia que cada grupo desenvolve. “Toda a estratégia é construída por nós. Desde a localização no campo, os remates, os chutes e passes. Usamos inteligência artificial também na visão, não só para o reconhecimento dos objetos, mas para a posição dos robôs, etc.”, revela Fernando Ribeiro.
Ao contrário dos robôs com rodas, aos quais a equipa já está habituada, estes robôs humanóides requerem outros processos: "do movimento das pernas ao movimento dos braços". Estes robôs são capazes, até, de reconhecer os "os seus adversários e robôs da própria equipa", acrescenta.
"Os robôs humanoides já estão connosco"
Mais do que uma competição de modalidades, na qual o futebol é apenas um de oito desportos, esta é a oportunidade para a equipa participar na “investigação e no desenvolvimento de uma tecnologia” que pode ser escalada para outras áreas como “a indústria, o trabalho doméstico e até mesmo a saúde”.
De acordo com o professor, “os resultados de futebol, se é um 0-0 ou 5-0" não significa muito. "Para nós, o que importa é se conseguimos localizar os robôs dentro do campo, se conseguimos fazer passos com lógica, se a estratégia funciona, se a localização é mais ou menos precisa".
Nas palavras de Fernando Ribeiro, “o futebol é apenas um pretexto para unificar os investigadores" que trabalham nestas áreas, partilhar conhecimento, desenvolver e experimentar esta tecnologia.
Os robôs humanoides vão estar connosco no futuro... eles já estão connosco, aliás", remata.