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Nuno Gonçalves / UMinho
Vanessa Batista

Academia 22.06.2022 22H41

UMinho pondera alienação de património e recurso à banca

Escrito por Vanessa Batista
Alertas do reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, durante a cerimónia de tomada de posse do novo presidente da Escola de Medicina da Universidade do Minho, Jorge Correia Pinto, esta quarta-feira. 
Declarações do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro.

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Os alertas estão longe de ser novidade. Ao longo de praticamente todas as cerimónias da instituição, o reitor da Universidade do Minho tem advertido para a cada vez mais sensível situação financeira da academia, devido ao crónico subfinanciamento. O problema está há muito identificado, quer pelos partidos, quer pelo Ministério, porém continuam sem existir soluções, o que resulta em tempos de grande incerteza. A guerra no leste da Europa e a inflação galopante que lhe seguiu fez "triplicar" os gastos da UMinho só com energia.


Em média, segundo dados avançados pelo responsável máximo da academia minhota, um estudante da UMinho receber um terço do valor atribuído a um politécnico. Recorde-se que em 2021, a UMinho ultrapassou pela primeira vez os 20 mil alunos.


Rui Vieira de Castro aguarda pelo reconhecimento, da parte do Governo, da situação mais penalizadora que a instituição vive devido ao crescimento do número de alunos que não foi acompanhado pelas dotações orçamentais. Neste momento, a UMinho está a tentar encontrar outros mecanismos para fazer face ao subfinanciamento crónico do Estado. "O que estamos a ponderar são soluções que envolvem algum do nosso imobiliário, uma nova gestão que no limite pode conduzir à alienação de algum do património e também recorrer a figuras que são legalmente possíveis de contração de um empréstimo que nos permita responder ao não reembolso atempado pelas entidades financiadoras, sobretudo, na investigação", explica.


Recorde-se que nos últimos anos, os valores acumulados de reembolso têm ultrapassado os 10 milhões de euros.

O reitor da instituição de ensino superior minhota acredita que em julho o orçamento para 2022 poderá ser aprovado. Atualmente, a equipa reitoral já está de olhos postos na preparação de 2023, sendo que será certo que todas as escolas terão orçamentos próprios.


Rui Vieira de Castro deixou uma palavra de agradecimento ao presidente cessante, Nuno Sousa, e à sua equipa, pelo trabalho ao longo dos últimos cinco anos na Escola de Medicina. Foi a partir dos versos do poeta brasileiro Vinicius de Moraes, " A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida", que o reitor deixou claro que apesar dos desentendimentos orçamentais que levaram à demissão do, então, presidente a relação entre ambos não foi atingida.


Uma Escola de Medicina mais colaborativa, focada na criação de valor para a sociedade e com especial atenção à necessidade de ter tempo para ouvir e, sobretudo, cuidar de quem mais necessita.


Esta é a missão traçada pelo novo presidente Jorge Correia Pinto, empossado esta quarta-feira, no auditório Zulmira Simões, no campus de Gualtar, em Braga.


Depois de um discurso muito pessoal com retratos da sua já longa e premiada carreira como cirurgião pediátrico, Jorge Correia Pinto garantiu que a sua equipa está empenhada não só no projeto educativo, nomeadamente, no novo currículo, o Minho MD, como na investigação.


Responsável pela criação do Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital de Braga e atualmente diretor da mesma, descreve-se como uma pessoa que gosta de "desafios", por isso, a situação de incerteza e subfinanciamento das instituições de ensino superior é algo que acabou incentivar a sua candidatura para o cargo de presidente desta unidade orgânica da UMinho. "A universidade está com dificuldades de execução e isso é uma limitação. Estamos disponíveis e pró-ativos para encontrar as melhores soluções e obviamente nesta fase mais crítica priorizar o que vamos poder fazer com o objetivo de com o tempo resolver isto da melhor forma possível", declara.


Para o presidente a Aliança de Pós-Graduações é também uma oportunidade de chegar a um maior público. Jorge Correia Pinto acredita que muitos cirurgiões poderão recorrer às formações de curta duração da Escola de Medicina para se especializarem. "Temos um laboratório único na Península Ibérica para fomentar a diferenciação cirúrgica em técnicas menos invasivas", sustenta.


Jorge Correia Pinto é o novo presidente da Escola de Medicina até 2025. A equipa é composta por Cristina Nogueira Silva, no pelouro da Educação, Patrício Costa, responsável pela gestão e planeamento, e António Salgado pela investigação.

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