Academia 13.05.2021 21H49
UMinho tem o maior laboratório associado e único em inteligência artificial
LASI - Laboratório Associado de Sistemas Inteligentes, está sediado em Guimarães e pretende colocar Portugal na linha da frente, no que diz respeito à inteligência artificial.
A Universidade do Minho conta com o maior laboratório associado do país, entre 40, e o único dedicado ao desenvolvimento de inteligência artificial.
O LASI - Laboratório Associado de Sistemas Inteligentes – está a iniciar a sua viagem a partir de Guimarães, onde está sediado, e é coordenado pelo Centro Algoritmi da UMinho. Composto por mais de 500 cientistas e 13 centros de Investigação e Desenvolvimento em sete academias, desde Braga a Lisboa, este é um projeto que tem a ambição de ajudar Portugal a estar, pela primeira vez, no comboio da inovação em inteligência artificial.
"É fundamental para as próximas décadas", declara o diretor do LASI. "Como se viu durante a pandemia, quem é capaz de gerar conhecimento tem respostas eficazes mais rápidas para os desafios que a sociedade e a vida nos provocam", explica.
LASI quer ajudar a reter talento português com projetos desafiantes, mas sem pôr em causa a sustentabilidade.
Segundo Paulo Novais, o laboratório associado irá dedicar-se a cinco linhas orientadoras de investigação, são elas: industrias sustentáveis e inovadoras, cidades inteligentes, mobilidade e energia, saúde e bem-estar, infraestruturas e sociedade conectada e, por último, digitalização de serviços públicos.
Tendo em consideração que o LASI está a dar os seus primeiros passos, não está fechado o montante que irá ser disponibilizado para utilizar em materiais e recursos humanos, sendo que o número avançado em comunicações pela Universidade do Minho ronda os 150 milhões de euros.
A meta do LASI é ser um laboratório "multidisciplinar e agregador", que consiga a cima de tudo reter talento e também atrair recursos humanos internacionais.
"Não é hoje fácil para as universidades reter talento. A maioria dos nossos bons alunos estão a ser atraídos para Espanha, Estados Unidos e Japão", afirma o professor da Escola de Engenharia que revela aos microfones do UMinho I&D a saída de três investigadores. Ora, a equipa acredita que o facto de participarem, através do LASI, em projetos que podem marcar a diferença pode ser um ponto de viragem nesta matéria.
Irá a inteligência artificial "roubar" milhões de postos de trabalho?
Outro trabalho que está a ser feito pelo laboratório, passa pela ligação à industria. Paulo Novais adianta que têm sido feitos contactos com empresas da área do calçado que têm o desejo de "inovar e introduzir valor na sua cadeia de produção e sistemas de organização", com recurso a inteligência artificial.
O diretor conclui que os empresários já não decidem atuar com base na intuição, mas sim com base em factos.
Quando questionado sobre os receios que continuam a existir em relação à inteligência artificial vir a colocar milhões de pessoas no desemprego, Paulo Novais garante que a ideia passa por desenvolver sistemas de "apoio" ao homem, de modo a que este deixe de realizar tarefas mais repetitivas e rotineiras para que esteja mais livre para tarefas relacionadas com a "decisão, criatividade e controlo".
Contudo, o investigador alerta para a necessidade, sendo que "estamos a pisar terreno novo", de criar normas de conduta a nível ético para a inteligência artificial. Algo que já está a ser feito, por exemplo, pelos investigadores Virgínia Birgman e Luís Moniz Pereira. Porém, o docente da academia minhota não esconde que já existem ameaças, nomeadamente, com as armas autónomas.
Os parceiros do LASI
- Universidade de Aveiro: Centro de Tecnologia Mecânica e Automação (TEMA); Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática de Aveiro (IEETA)
- Universidade de Coimbra: Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT); Centro de Informática e Sistemas (CISUC)
- Universidade do Minho: Centro Algoritmi (líder); Instituto de Polímeros e Compósitos (IPC)
- Universidade do Porto: Centro de Matemática (CMUP); Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência de Computadores (LIACC)
- Universidade Nova de Lisboa: Centro de Tecnologia e Sistemas (CTS); Unidade de Investigação e Desenvolvimento em Engenharia Mecânica e Industrial (UNIDEMI)
- Instituto Politécnico do Cávado de Ave: Laboratório de Inteligência Artificial Aplicada (2Ai)
- Instituto Politécnico do Porto: Centro de Investigação em Sistemas Computacionais Embebidos e de Tempo-Real (CISTER); Grupo de Investigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD)