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Redacção

Nacional 23.09.2019 15H55

Várias rádios locais boicotam campanha eleitoral 

Escrito por Redacção
O lema “se os políticos não nos ouvem, nós também não ouvimos os políticos”, movimenta o protesto espontâneo.
Carlos Ribeiro, director-geral da Rádio Condestável

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Diversas rádios locais preparam-se para boicotar a atual campanha eleitoral como protesto pela falta de pagamento de tempo de antena nas legislativas, ao contrário do que acontece com referendos e eleições autárquicas.

Em entrevista à SIC, Carlos Ribeiro, director-geral da Rádio Condestável, de Cernache do Bonjardim, na Sertã, questionou tal diferenciação: “Então os candidatos pelo círculo eleitoral do nosso distrito também não gostariam de utilizar as rádios para se comunicarem com os eleitores? Claro que sim”. Para ele, é uma “questão de alteração legislativa”.


A Rádio Condestável é apenas uma de várias rádios que se junta ao boicote que tem vindo a surgir de forma espontânea pelo país. A decisão das emissoras participantes é de não acompanhar o acto eleitoral e não fazer entrevistas com candidatos, resumindo as suas participações a apenas comentar as agendas de campanha dos candidatos. O lema, segundo Carlos Ribeiro, é “se os políticos não nos ouvem, nós também não ouvimos os políticos”. Já em Maio passado, para as eleições europeias, várias rádios locais tinham optado por não acompanhar os candidatos.


As reivindicações, entretanto, vão além das campanhas eleitorais. Uma das maiores ameaças para as pequenas rádios, e que também é motivação para o atual protesto, é a cobrança de 5% da faturação de qualquer rádio, quer esta tenha lucro ou prejuízo, para direitos conexos de utilização de obras musicais.


Carlos Ribeiro explica o problema exemplificando que “uma rádio na Sertã paga o mesmo que uma rádio em Lisboa ou no Porto, mesmo que a população e os ouvintes em potencial sejam menores”. Situação esta que põe em risco empregos e pode levar as emissoras à falência.


As rádios locais aderentes ao boicote acreditam que este protesto poderá alertar o próximo governo para as dificuldades financeiras que atravessam.

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