Regional 16.06.2021 17H19
Vendedores do novo mercado de Braga com prejuízos diários devido ao calor
Fruta, legumes e flores estragados com a exposição direta ao sol e ao calor. Os vendedores do mercado municipal de Braga exigem uma solução para a cobertura do equipamento inaugurado em dezembro passado.
Depois da chuva no interior do Mercado Municipal de Braga no inverno, o problema está agora relacionado com o calor que está a causar prejuízos aos vendedores que todos os dias vêem os seus produtos apodrecer, resultado das temperaturas que se fazem sentir no interior do equipamento.
Nesta manhã de quarta-feira, a RUM ouviu vendedores de frutas e legumes, mas também floristas insatisfeitos. Todos apontam o mesmo problema e admitem estar “saturados” dos resultados de uma obra "cara, esteticamente bem conseguida", mas "pouco funcional". O calor e a exposição direta ao sol estão a provocar prejuízos diários.
Logo à entrada, na área dedicada às flores o desabafo é direto: “Estas flores estão boas para deitar ao caixote do lixo. Isto para uma obra de seis milhões de euros acabada de fazer é uma aberração. De inverno chove cá dentro e de verão um calor de morrer”, atira uma das vendedoras.
No setor das frutas, a mesma reclamação. Todos os dias há fruta estragada. “É prejuízo todos os dias. Todos os dias se deita fruta fora. Todos os dias a atirar quilos de fruta para o lixo”, apontam.
Outra preocupação reside nos clientes que começam a perceber que os produtos estão a perder qualidade com o calor. “Estão a ficar saturados porque dizem que está muito calor. Os clientes deixam de vir ao mercado porque não levam produtos de qualidade. Antes, aguentavam uma semana porque eram fresquinhos, agora não”, admitem. Por isso, exigem uma solução rápida e as respostas da autarquia “não agradam”, por enquanto.
Autarquia refere duas soluções em estudo, mas não arrisca com uma data concreta
Contactada pela RUM, a vereadora responsável pelo equipamento garante que estão duas soluções em equação, mas lembra que não se pode comprometer com datas porque há procedimentos burocráticos a respeitar. Segundo Olga Pereira, uma das soluções passa por “colocar películas refletoras na cobertura”. A outra prevê a “instalação de estores entre as vigas de madeira e a cobertura vidrada”. A equipa projetista está a estudar a opção "mais viável".
Questionada sobre o facto deste problema não ter sido antecipado aquando da reabilitação do equipamento, Olga Pereira sustenta a ideia de que “não foi construído um equipamento novo” e que o problema “não é de hoje”, assinalando que antigamente “o centro do mercado era inteiramente descoberto e totalmente submetido à temperatura exterior, coisa que hoje não acontece”. “Cá fora é muito mais quente, temos tido uns dias excecionais de calor”, justifica.
Olga Pereira afirma também que a medição da temperatura tem sido diária e que o vidro de cobertura protege do calor já que a temperatura no interior “é uns bons graus mais baixa”.
Um mercado novo com guarda-chuvas, guarda sóis e lençóis húmidos para proteger os produtos
Entretanto, na tentativa de minimizar prejuízos e impedir a exposição direta ao sol, alguns vendedores estão a optar, desde terça-feira e "contra a vontade" do município pela colocação de guarda sóis, guarda-chuvas, lonas e lençóis húmidos. Esteticamente, a solução não agrada e segundo a vereadora do município foi entretanto definido “um modelo de guarda sol uniforme que poderá ser utilizado enquanto não for instalada a solução aconselhada”.
Recusando comprometer-se com datas, Olga Pereira lembra que na administração pública é necessário “respeitar as regras de contratação”, prometendo “fazer tudo com a maior celeridade possível".