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Nuno Gonçalves / UMinho
Vanessa Batista

Academia 17.02.2021 11H38

“Ventos adversos” não travam 47º aniversário da UMinho 

Escrito por Vanessa Batista
Cerimónia decorreu, esta manhã, num formato totalmente digital. O reitor, Rui Vieira de Castro, fez um balanço do "duro" ano de 2020 e frisou a necessidade da UMinho continuar a "manter o rumo" e "reinventar-se apesar das dificuldades".   
O resumo das intervenções do reitor, Rui Vieira de Castro, do presidente do Conselho Geral, Luís Valente de Oliveira, e do presidente da Associação Académica, Rui Oliveira.

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Apesar dos "ventos adversos", a Universidade do Minho não deixou de assinalar o seu 47º aniversário. A cerimónia decorreu ao longo desta manhã, em formato digital, com transmissão nas redes sociais da academia minhota. Para o responsável máximo da instituição, esta é uma forma de vincar a "resiliência da universidade, a sua capacidade de reinvenção e vontade de manter o rumo apesar das dificuldades".


No seu discurso, Rui Vieira de Castro alertou para o facto da transição digital vir a afetar o funcionamento das universidades portuguesas. Para o reitor o debate em torno do papel da educação não presencial "vai acentuar-se", sendo que a posição da UMinho sobre esta matéria é "clara". 


"Da educação superior sempre tivemos o entendimento que os seus objetivos e conteúdos requerem experiências que só a vivência dos campi universitários pode assegurar", declara.


O dia 10 de Março de 2020 foi, segundo o reitor, "o dia mais difícil" do seu mandato e, talvez, da história da academia minhota, visto que esta foi a data em que foi decretada a suspensão da atividade presencial na Universidade do Minho. Contudo, é certo que 2021 continuará a trazer desafios, uma vez que neste momento a atividade está novamente direcionada para o digital.


"É árduo o caminho que temos a percorrer", afirma o reitor que elenca alguns dos desafios que a UMinho terá de superar: "a diversificação da oferta educativa aumentando os cursos não conferentes de grau, o reforço do sistema de investigação e inovação, a intensificação da presença internacional da universidade, sobretudo em redes europeias, a modernização administrativa melhorando a transparência e eficiência dos processos, a qualificação do edificado e ainda a sustentabilidade financeira da instituição".


No que toca às infraestruturas, o responsável máximo da academia minhota anunciou que as obras no Teatro Jordão, Garagem Avenida e a construção do Instituto Cidade de Guimarães serão concluídas "em breve". 


A fechar a sua intervenção, o reitor optou por citar excertos do cardeal e poeta Tolentino de Mendonça, de modo a salientar que as dificuldades representam "uma oportunidade para nos reencontrarmos (UMinho)", e para isso "todos contam".


A academia minhota fechou o ano de 2020 com 19.600 estudantes e cerca de 2.400 trabalhadores. Já ao nível da investigação, estão em curso aproximadamente 650 projetos com um financiamento global de 150 milhões de euros



Presidente da AAUMinho deixa recados ao Governo

Na sua intervenção, Rui Oliveira, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, convidou a audiência à reflexão sobre o presente e futuro do ensino superior. O representante dos estudantes voltou a trazer para a discussão pública o problema do alojamento em Portugal. Outra das temáticas destacadas está relacionada com a metodologia de ensino nas academias portuguesas.


A AAUMinho tem vindo a defender o modo de aulas presenciais, no entanto este deve sofrer alterações na óptica de Rui Oliveira, de modo a tornar o ensino "mais atrativo, moderno e capaz de preparar os jovens para os desafios do futuro". 


Depois de 47 anos de uma história que enche a comunidade de orgulho, Rui Oliveira lança a questão: "Onde quer a UMinho estar nos próximos 20 anos?".


"Para bem de Portugal, a UMinho tem de ser uma universidade de referência na inovação pedagógica. Uma universidade capaz de reter talento e atrair financiamento internacional para os seus projetos de investigação. Uma universidade para todos, uma universidade onde todos os que dela queiram fazer parte o possam fazer. Apelamos por isso ao Estado que torne o ensino verdadeiramente acessível a todos", declara Rui Oliveira.


Para o presidente da AAUMinho, é cada vez mais premente que os estudantes sejam envolvidos nas decisões, pois sem a auscultação dos alunos "dificilmente seremos capazes de responder em tempo útil aos seus anseios".


Já o presidente do Conselho Geral, realçou os bons contributos da Universidade do Minho no combate à pandemia. Luís Valente de Oliveira enfatizou a qualidade dos profissionais formados na UMinho, dando como exemplo do reconhecimento internacional a expressão "Portugal tem talento". 


A UMinho entregou, esta manhã, o Prémio de Mérito Científico a António Vicente e o título de Professor Emérito a José Esgalhado Valença pelos contributos prestados, em especial, à Escola de Engenharia da UMinho. O galardoado foi o responsável pela criação do Departamento de Informática.


 

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