Luís Pereira, candidato pela lista H à direção da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho), acredita que os problemas estruturais afetos ao ensino superior exigem uma “luta para lá da secretária”. “Nós temos de mobilizar os estudantes para a resolução destes problemas, levar estas reivindicações à avante e sair desta luta burocrática que, geralmente, não dá em muita coisa”, disse em entrevista à RUM o estudante de Direito.

Lista H diz que devem representar 30 a 35% da totalidade dos membros do Conselho Geral

Para dar voz aos estudantes, a lista candidata à direção defende o reforço do número de alunos com assento no Conselho Geral da Universidade do Minho. Numa altura em que estão a ser revistos os estatutos, os conselheiros votaram, nas reuniões de novembro, o aumento do número de membros, passando de 23 para 29. Com base nesta alteração, os estudantes são a única classe cujo número não sofre alterações, mantendo-se nos quatro representantes, sendo o grupo menos representado do ponto de vista da proporcionalidade. Os estatutos seguem agora para um período de consulta pública, mas o documento voltará a ser votado em Conselho Geral.

Para Luís Pereira, “o Regimento Jurídico das Instituições de Ensino Superior impacta esta questão toda”, uma vez que define que os estudantes devem representar pelo menos 15 % da totalidade dos membros do Conselho Geral.

A lista H diz que “não faz sentido ter uma Universidade dos estudantes, uma Universidade Democrática e tirar a voz aos estudantes”. “É uma decisão política manter a voz dos estudantes reduzida ao máximo”, acrescentou, considerando que seria justo os estudantes devem representar 30 a 35% do total de elementos do Conselho Geral.

Para o estudante de Direito, a “Associação Académica deve tomar uma posição de proatividade, para reverter os efeitos nefastos da aplicação do RJIES”, desde logo “com a manifestação pública” de uma posição que defende. “Se mobilizarmos, consciencializarmos os estudantes e se não continuarmos a manter a luta de secretária temos muito mais hipóteses de conseguir contestar”, argumentou.

Equipa de Luís Pereira defende o regresso da AAUMinho ao ENDA

A lista defende ainda a abolição imediata da propina, que dizem ser “um impedimento ao acesso ao ensino superior”. Os estudantes, diz Luís Pereira, estão “preocupados” com a crise política que o país enfrenta, sobretudo do seu impacto nos prazos estabelecidos para criação de novas camas. “Temos de voltar a uma posição reivindicativa de força e de coragem política, que é o que este projeto se propõe a encabeçar”, acrescentou.

Uma das posições que afasta a Lista H da lista A, encabeçada por Margarida Isaías, é a participação no Encontro Nacional de Dirigentes Associativos (ENDA), que a AAUMinho decidiu abandonar em 2022, por não concordar com o modelo de votação usado neste Órgão, tendo integrado o movimento Académicas..

O ENDA, explicou o candidato, “é um espaço ímpar de discussão, de debate de ideias, onde são debatidos problemas que são partilhados por todas as instituições académicas, não esquecendo que é um órgão não vinculativo”.

As eleições para os órgãos sociais da AAUMinho estão agendadas para 6 de dezembro, através do e-Votum.

As entrevistas aos dois candidatos já podem ser ouvidas, na íntegra, em podcast, em rum.pt.

Dar nota que, esta quarta-feira, os dois candidatos vão participar num debate, promovido pela Universitária e pela comissão eleitoral, a partir das 11h00, no A1. O debate será moderado pela jornalista Vanessa Batista. 

Pode ouvir a entrevista na íntegra aqui.