Na melhor das hipóteses, o Pavilhão Multiusos do ABC/UMinho estará operacional daqui a dois anos. No programa RUM(O) DESPORTIVO, que foi para o ar esta sexta-feira na Universitária, o presidente do clube não adiantou o valor exato do empreendimento, mas referiu-se a "um projecto de vários milhões de euros".

“As coisas a correrem muito, muito bem, se conseguirmos fechar os acordos e as negociações que temos com os privados, provavelmente no espaço de dois anos teremos todo o complexo de pé", revela. Rui Silva explica que o andamento do plano e dos trabalhos "depende das parcerias que o clube conseguir estabelecer". 

Sendo um projecto liderado pelo ABC, sem qualquer comparticipação financeira da Câmara Municipal de Braga, apesar de, em 2017, a autarquia ter mostrado interesse em construir um pavilhão multiusos municipal, o presidente do emblema minhoto refere que tem havido conversações com o edil Ricardo Rio e com Sameiro Araújo, vereadora do Desporto, para a cedência de terrenos e, segundo Rui Silva, deram "luz verde ao clube para falar com potenciais interessados". 

"Já tivemos algumas conversas com uma construtora e com empresas que possam ter interesse nos espaços comerciais que queremos implementar", prossegue. De acordo com a previsão do presidente do clube, serão "construídos, em primeiro lugar, os pavilhões mais pequenos e a área comercial e de serviços e só depois o pavilhão principal".

O plano final do empreendimento, que está "ainda a ser ultimado", será apresentado à SAD do ABC, cuja accionista maioritária é precisamente a autarquia bracarense. Prevendo que o projecto possa ser divulgado na íntegra no final deste mês, Rui Silva explica que "as contas ainda não estão totalmente fechadas", não podendo, por isso, ainda revelar o orçamento total para as edificações que serão feitas.

"Estivemos a fazer sondagens ao terreno e terão que se fazer parques de estacionamento subterrâneos e isso pode ter uma influência muito importante no valor do projecto", acrescenta. Além disso, Rui Silva não esconde que o ABC apresenta problemas financeiros e considera que este novo pavilhão pode "ajudar a obter mais receitas para o clube".

“Percebo que haja aqui um contra-senso do género 'não conseguem pagar as contas que estão para trás e vão fazer um investimento de milhões? '. No entanto, são coisas diferentes. O que nós queremos fazer é um projecto auto-sustentável, que tenha associado áreas de serviços e áreas de comércio capazes, e que, dessa forma, seja gerado rendimento através do pagamento de rendas por parte das instituições, das empresas que lá se colocarem", concretiza.

Projecto do ABC prevê demolição do Flávio Sá Leite

O actual pavilhão do clube não faz parte dos planos para o futuro, não se confirmando, assim, a intenção da Câmara Municipal de Braga em requalificar esse espaço desportivo, que chegou a ser equacionada. "Se acontecessem obras de remodelação, seriam extremamente caras e, mesmo assim, o pavilhão nunca teria as condições ideais para a prática da modalidade e para toda a actividade do clube”, justifica o presidente do ABC.

De modo a justificar a urgência da construção do pavilhão multiusos, Rui Silva refere que, "se alguém colocar um prego numa parede do pavilhão, a parede desfaz-se, ou seja, como os engenheiros civis dizem, o cimento está podre".

O espaço do Flávio Sá Leite será ocupado pelo pavilhão multiusos, alargando a sua área para o Campo da Ponte até à rotunda do Monte Picoto, possibilitando, ao mesmo tempo, o início da revitalização daqueles terrenos, que o ABC pretende que sejam cedidos pela Câmara Municipal para os poder explorar. 

O projecto contempla ainda mais dois pavilhões além do principal, que "não serão de uso exclusivo do ABC", podendo, segundo Rui Silva, "ser utilizados por várias equipas e selecções de diferentes modalidades indoor", e ainda zonas de alojamento e de escritórios para empresas.

TBG