LEGISLATIVAS 24' 01.03.2024 08H30
AD e o Hospital de Braga: “Vamos regressar ao modelo de PPP assim que pudermos”
De acordo com o cabeça de lista pelo distrito, a parceria público-privada tinha "melhores resultados e indicadores".
O cabeça de lista por Braga da Aliança Democrática (AD) defende o retorno do Hospital de Braga ao modelo de parceria público-privada (PPP). O objetivo foi traçado em entrevista à RUM.
Na conferência de imprensa de apresentação das propostas para o distrito, esta terça-feira, Hugo Soares disse que “não excluía nenhum dos cenários" e que a coligação de direita estava "aberta a estudar todos os modelos que fossem compensatórios do ponto de vista financeiro e que melhor servissem os cuidados de saúde que as pessoas precisam".
Contudo, em declarações à Universitária, gravadas uma semana antes, o candidato foi perentório sobre o assunto: “Vamos regressar ao modelo de PPP assim que pudermos, assim que haja condições para tal e assim que apareçam privados a concorrer à gestão do hospital”.
No seu entender, “o modelo anterior tinha melhores resultados e indicadores e gastava-se menos”, acusando o Partido Socialista de “despejar dinheiro em cima do SNS”, e, por isso, considera que “o serviço de hoje é muito pior”. O cabeça de lista dá o exemplo das urgências de ginecologia e obstetrícia, que têm encerrado "tantas vezes". "As mulheres não sabem se podem ter os filhos no hospital de referência da sua localidade ou a 100/150 quilómetros. Isto é uma coisa terceiro-mundista", critica.
AD alerta para "problema gritante" e para "uma espécie de farsa"
A mobilidade é outra das preocupações da AD. Hugo Soares fala de “um problema gritante" de trânsito no Nó de Infias", em Braga, que "ainda não se resolveu”, afetando também "quem transita para outros concelhos". Além disso, lamenta o facto de "existirem ligações às autoestradas por fazer, como o caso de Vizela ou de Cabeceiras de Basto”. “A incapacidade do Governo para fazer investimento público é absolutamente gritante”, assinala.
O candidato abordou o tema da segurança, ao dizer que é urgente requalificar esquadras e quartéis do distrito, que, aponta, estão “absolutamente indignas, chovendo lá dentro”, e da descentralização de competências. Para o também secretário-geral do PSD, a forma como o processo está a ser conduzido é “uma espécie de farsa”, considerando que “os presidentes de câmara têm sido tarefeiros do Governo e dos seus ministros”.
“A descentralização era a reforma das reformas e a montanha pariu um rato (…) Não podemos querer que as autarquias locais assumam competências na saúde, como muitas têm vindo a assumir, substituindo-se ao Estado, e no ensino, onde conhecem os projetos pedagógicos e o que é melhor para cada região, e depois não dotá-las com o devido envelope financeiro”, acrescenta.
Nas últimas eleições, em 2022, o PSD, sozinho, alcançou oito mandatos no distrito, menos um do que o PS.
Desta vez, em conjunto com o CDS e o PPM, Hugo Soares pretende “ganhar bem” no distrito: obter mais votos, eleger mais deputados do que os outros partidos e, “se possível”, superar os oito mandatos alcançados nas legislativas anteriores.
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