Miguel Lopes não é um estreante na corrida autárquica, em Vila Nova de Famalicão. Depois de ter encabeçado a lista da CDU em 2013, volta a ser o candidato escolhido pela Coligação Democrática Unitária (PCP/PEV) para concorrer ao lugar atualmente ocupado pela coligação de direita. 

No programa eleitoral que apresenta aos famalicenses, Miguel Lopes propõe-se a arranjar soluções para alojar os estudantes que chegam a Vila Nova de Famalicão. Para isso, sugere que a autarquia avance com a construção de edifícios de raiz ou crie condições para que os jovens possam ocupar espaços devolutos, na cidade.

"Não podemos falar em rendas para estudantes, porque são proibitivas. A Câmara tem competência nessa matéria, seja no sentido de construir habitação ou requalificar edifícios devolutos", referiu.

É uma via fundamental que irá trazer mais emprego para a região, fixar as empresas e gerar mais emprego

A CDU propõe ainda a construção de um Pavilhão Multiusos no concelho, para "dar outras condições às pessoas, empresas e comércio". "Não temos local definido, porque pretendemos, com a minha presença no executivo, junto dos serviços técnicos da Câmara e da comunidade, ver o melhor local para a sua construção", explicou. 

Na mobilidade, o partido quer prolongar a Via Intermunicipal (VIM), que liga Joane a Vizela, até Braga. Uma proposta que aparece também no programa eleitoral do candidato da coligação, Mário Passos. O investimento é avultado, reconhece Miguel Lopes, mas será necessário "unir esforços com as autarquias que a via abrange". "É uma via fundamental que irá trazer mais emprego para a região, fixar as empresas e gerar mais emprego", assegurou.

Na mobilidade, o candidato reivindica a gratuitidade do transporte público para reformados e alargar a rede a outras freguesias.

À semelhança de outros partidos, o Centro Hospitalar consta também no programa autárquico da CDU. O partido quer "mais e melhores condições" no acesso à saude, propondo, para isso, "melhorar as condições físicas e equipamentos, alargar as valências, reforçar de macas a urgência e tornar gratuito o transporte de doente/acompanhante" na unidade hospitalar famalicense.

Miguel Lopes defende ainda a reposição do mapa das freguesias anterior a 2012, completar a rede de saneamento do concelho e construir a nova pista de atletismo, "há muito exigida pela CDU", e que Mário Passos garante, em entrevista à RUM, que só não está ainda concluída porque "os concursos para a segunda fase ficaram desertos".

CDU quer aumentar os 2210 votos que obteve em 2017 e chegar ao executivo

Miguel Lopes concorre com o objetivo de aumentar o número de votos na CDU e chegar pela primeira vez na história do partido ao executivo municipal. Em 2017, o partido conseguiu a confiança de 2210 famalicenses, que equiavaleram a 2,91% da votação, insuficiente para eleger um lugar na vereação, que se dividiu pelo PSD/CDS-PP e PS. Em 2013, quando Miguel Lopes encabeçou a lista da CDU, o partido conseguiu 2823 votos (3,70%).

Teríamos que ver as propostas apresentadas, os orçamentos e programas para viabilizar ou não qualquer executivo

O partido tem vindo a perder votos em Famalicão, mas Miguel Lopes desvaloriza. O candidato relembra que a CDU apresenta candidatos a todas as freguesias, com listas jovens, que comprovam "a continuidade" do legado comunista.

Questionado sobre a possibilidade de viabilizar uma maioria, se tal fosse necessário para chegar ao executivo, Miguel Lopes não descarta a hipótese, mas relembra que primeiro "teria de ser eleito". "Depois teríamos que ver as propostas apresentadas, os orçamentos e programas para viabilizar ou não qualquer executivo", afirmou.

O candidato garante que, se for eleito, "será a voz dos que não têm voz".

Às eleições de 26 de setembro candidatam-se, em Vila Nova de Famalicão, sete partidos: além da Iniciativa Liberal, a coligação PSD/CDS-PP; Chega; CDU; PAN; Partido Socialista e Bloco de Esquerda.

As entrevistas aos candidatos podem ser ouvidas, em podcast.