Autárquicas 2021 12.09.2021 16H37
Chega quer habitação social em todo o concelho e erradicar IMI dentro de 12 anos
Vítor Sousa é o primeiro candidato do Chega à Câmara de Vila Nova de Famalicão. Partido quer "instalar videovigilância nas zonas escolares, de comércio e diversão noturna".
O candidato do Chega em Famalicão prefere dar prioridade à habitação a custos acessíveis, do que às residências universitárias. Vítor Sousa, empresário no setor da publicidade e artes gráficas, encabeça a primeira lista do Chega à Câmara, confiante na vitória.
Não podemos ultrapassar e preocupar-nos com os estudantes e deixarmos de lado os nossos
O partido divide o programa eleitoral em sete grandes áreas, sendo a habitação uma questão que preocupa o candidato de Famalicão. "Não podemos ultrapassar e preocupar-nos com os estudantes e deixarmos de lado os nossos", afirmou em entrevista à RUM. Para a habitação, o candidato propõe a criação "de um sistema de construção de habitação a custos controlados", assegurando que, dessa forma, se consegue "forçar a diminuição do valor das rendas e da compra de imóveis". A habitação social, bem como a habitação a custos controlados, "deve abranger todo o concelho", acrescenta. Desta forma, acredita Vítor Sousa, será possível fixar jovens nas freguesias da periferia.
O Chega quer ainda reduzir a carga fiscal dos famalicenses, com a diminuiução progressiva do IMI ao longo dos próximos 12 anos.
Vítor Sousa garante que apesar de a autarquia encaixar menos dinheiro proveniente dos impostos municipais é possível gerir o orçamento e investir. "Não podemos estar constantemente a viver acima das nossas possibilidades, por isso é que propomos uma redução progressiva do IMI, porque, dessa forma, podemos ajustar todos os anos as receitas em função das despesas", avançou o empresário, afirmando que serão relembrados os "incumprimentos na habitação social, taxas ou multas". Com 136 milhões de orçamento, o candidato do Chega diz ter "mais do que verba para poder ajudar e fazer obras essenciais, reduzindo as obras que não têm necessidade nenhuma".
Para as forças de segurança, como bombeiros, PSP e GNR, a proposta do partido passa por uma "abolição imediata do IMI".
O Chega apresenta ainda no seu programa autárquico a intenção de "instalar videovigilância nas zonas escolares, de comércio e diversão noturna".
Chega não entra em coligações em Famalicão porque "99,9% das pessoas" da direita "não merece"
O candidato do Chega em Famalicão não está disponível para uma possível coligação à direita.
Vítor Sousa acredita que vai ser eleito presidente da Câmara de Famalicão, a 26 de setembro.
O candidato admite que o partido, a nível nacional, tem preferência por partidos à direita, porque tem como objetivo "derrotar a esquerda", mas a decisão de uma coligação "é subjetiva". "Não nos coligamos com a direita se as pessoas que estiveram em causa não forem pessoas que mereçam essa coligação e, em Famalicão, 99,9% esse é o caso", referiu.
Não nos coligamos com a direita se as pessoas que estiveram em causa não forem pessoas que mereçam essa coligação e, em Famalicão, 99,9% esse é o caso
O partido de André Ventura estreia-se nas eleições autárquicas, com candidatos em todos os concelhos do quadrilátero, sendo o distrito de Braga uma forte aposta do Chega.
Em Famalicão, Vitor Sousa concorre "para ganhar".
O "descontentamento" que o candidato diz haver no território com a gestão da maioria de direita e a "descredibilização em relação à política praticada" apontam para "um bom resultado" do Chega que, no mínimo, passa por "eleger um vereador".
O candidato acusa o atual executivo, liderado por Paulo Cunha, de "prevaricação".
Vítor Sousa admite não ter provas que possam ser validadas pelo Ministério Público, mas garante ter conhecimento de diferentes situações. Em entrevista à RUM, o líder da concelhia do Chega fala em situações que envolvem "valores atribuídos às obras, adjudicação das obras e materiais usados". Além disso, o candidato denuncia "casos de assessores do presidente que colocam os filhos a trabalhar na Câmara Municipal".
"Temos muita gente dentro da concelhia, ligada ao urbanismo e que trabalha em Câmaras", finalizou.
A coligação é também alvo de críticas por parte do Chega, que considera que "um partido como o PS, com três vereadores na Câmara, em todas as votações fraturantes escusam-se a votar".
Às eleições de 26 de setembro candidatam-se, em Vila Nova de Famalicão, sete partidos: além da Iniciativa Liberal, a coligação PSD/CDS-PP; Chega; CDU; PAN; Partido Socialista e Bloco de Esquerda.
As entrevistas aos candidatos podem ser ouvidas, em podcast.