O Bloco de Esquerda (BE) diz que a coligação de direita, que, em 2017, venceu, em Famalicão, com 67%, sai enfraquecida com Mário Passos à frente da lista. 

Se conseguirmos eleger um vereador será uma vitória

Os bloquistas entram na corrida autárquica com Paulo Costa no comando da lista e com o objetivo de aumentar os 1890 votos (2,49%) que conseguiram há quatro anos. Paulo Costa, de 55 anos, é funcionário judicial e deputado municipal, em Famalicão, há oito anos. Depois de em 2017 ter encabeçado a lista à Assembleia, este ano é candidato à Câmara. 

"Se conseguirmos eleger um vereador será uma vitória. Com mais candidatos, os resulatdos são mais imprevisíveis e mesmo a coligação, se tivesse o ainda presidente como candidato, poderia estar mais descansada, não só pelas características pessoais, mas porque quase todos os famalicenses conhecem Paulo Cunha, mas Mário Passos não", referiu Paulo Costa. 

O candidato do Bloco de Esquerda deixa elogios a Paulo Cunha, que se despede da vida autárquica, falando de um "resultado positivo do exercício" do social democrata. "Famalicão conseguiu ser uma comunidade que melhorou a qualidade de vida, mas há questões que não foram conseguidas, como a mobildiade e capacidade de usufruir de uma habitação digna no concelho", apontou Paulo Costa.

BE quer apostar em políticas ativas de acolhimento de migrantes e modernizar a frota de autocarros

No programa eleitoral que apresenta aos famalicenses, o bloquista propõe-se a criar mais habitação social "no núcleo urbano e nas vilas". "Mais do que edificar é preciso requalificar, afetar o que ja está edificado para essa possibildiade de poder ser fruído. É  preciso que as entidades públicas, como as Câmaras, comecem a agir sobre o edificado. Há muita casa vazia neste concelho, mas é possível protocolar com entidades financeiras formas de ocupar frações que estejam devolutas", sugeriu.

Na mobilidade, a Via Intermunicipal (VIM) que liga Joane a Vizela é uma das prioridades do Bloco. A via, esclarece Paulo Costa, "poderia tornar a solução para a parte nascente mais agradável, segura e fluente na circulação". 

Reduzir as tarifas dos transportes públicos, criar novas linhas intraconcelhias e de ligação a concelhos adjacentes

No programa autárquico, o Bloco de Esquerda aponta a necessidade de "modernizar a frota" de autocarros, apostando na transição energética. Além disso, o partido quer "reduzir as tarifas dos transportes públicos, criar novas linhas intraconcelhias para uma ligação mais fácil entre as freguesias e o concelho e criar novas linhas de autocarros de ligação a concelhos adjacentes". 

O candidato do Bloco propõe-se ainda a "criar uma rede pública de creches" e "fomentar a inclusão, garantindo o ensino da língua portuguesa e promovendo a interculturalidade". 

Paulo Costa lembra que o concelho "perdeu população" e é necessário "prevenir o envelhecimento e a falta de pessoas em idade ativa", para isso o BE pretende apostar em políticas ativas de acolhimento e, "sendo solidários, receber pessoas de outras partes do planeta, independentemente da cor, crença ou religião". O partido sugere, por isso, "a elaboração de programas de integração de migrantes e de combate à discriminação e a divulgação de medidas de combate ao racismo e à xenofobia através de jornadas e formações". Na área social, o candidato pretende "garantir apoios e proteção a todas as vítimas de violência doméstica, para que possam obter a sua independência profissional, habitacional e financeira, criar um centro municipal LGBTQI+ com disponibilidade de atendimento nas áreas de violência e discriminação, empregabilidade, saúde e apoio integral". 

Paulo Costa propõe-se ainda a "adaptar todos os edifícios públicos à mobilidade de portadores de deficiência e formar os funcionários municipais em língua gestual". 

Às eleições de 26 de setembro candidatam-se, em Vila Nova de Famalicão, sete partidos: além da Iniciativa Liberal, a coligação PSD/CDS-PP; Chega; CDU; PAN; Partido Socialista e Bloco de Esquerda.

As entrevistas aos candidatos podem ser ouvidas, em podcast.