O Partido Socialista (PS) está confiante na vitória em Vila Nova de Famalicão, a 26 de setembro. Depois nas últimas autárquicas a coligação de direita ter vencido com 67% e Paulo Cunha ter sido o nome mais votado em todas as freguesias, o candidato socialista, Eduardo Oliveira, não se deixa intimidar e acredita que vai superar os 18078 votos (23,79%), de 2017.

O partido está unido, focado nas autárquicas e motivado para sair vencedor

Nenhum dos atuais vereradores socialistas integra a lista à Câmara. Eduardo Oliveira, que está à frente da concelhia desde 2018, nega que o partido não esteja unido. O líder socialista em Famalicão justifica a ausência com a decisão, "em reunião de secretariado, de não haver duplicação de lugares". 

"São vereadores que fazem parte dos órgãos do PS. Nuno Sá é deputado na Assembleia da República e responsável por levar informação de Famalicão para Lisbao e queremos que continue a fazer esse trabalho. Célia Castro tem colaborado com o PS na União de Freguesias de Ruivães e Novais. O partido está unido, focado nas autárquicas e motivado para sair vencedor", garantiu em entrevista à RUM. 

O PS conquistou três das 34 freguesias famalicenses, em 2017. Este ano, dois dos autarcas locais, o de Joane, António Oliveira, e o de Castelões, Francisco Sá, entram na corrida como independentes, apoiados pela coligação Mais Ação. Mais Famalicão. Eduardo Oliveira confirma que ambos foram convidados pelo PS para encabeçar as respetivas listas, mas o convite foi recusado. "Estas situações não são novidade. Aceitamos a posição das pessoas e é importante que haja respeito por ambas as partes. Constituímos as nossas listas, tanto em Joane, como em Castelões, e estou convicto de que vamos vencer essas freguesias", apontou.

O candidato deixa ainda críticas a Paulo Cunha, a quem "a comunidade famalicense deu um voto de confiança", há quatro anos, com 67% da votação. "No momento difícil que estamos a viver, Paulo Cunha não sentiu essa responsabilidade. Acredito que vamos vencer", acrescentou.

"Famalicão não é um concelho para todos"

Enfermeiro de profissão, Eduardo Oliveira tem na saúde uma prioridade, até porque foi um setor fustigado pela pandemia, no último ano e meio. 

A construção de um novo hospital em Famalicão é uma das principais propostas do partido. O candidato socialista projeta uma unidade com novas valências, com nova localização e dimensão.

Aos 133 mil habitantes de Famalicão juntam-se os de Santo Tirso, uma vez que o Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) conta com uma unidade em cada concelho. No total, o CHMA abrange "240 mil utentes".

"Temos condições e temos que exigir mais para ter saúde de proximidade para todos", apontou o candidato.

Sendo que o Hospital Narciso Ferreira (Parceria Público Privada), instalado em Riba D'Ave, serve outra zona do concelho, a localização desta nova unidade de saúde, adiantou Eduardo Oliveira,"não está decidida". "Somos defensores de criar um movimento cívico, para decidir a localização, dimensão e especialidades necessárias", acrescentou.

Confrontado com a difícil luta que Barcelos, concelho liderado pelo Partido Socialista, trava, há vários anos, para avançar com a construção de um novo hospital, Eduardo Oliveira garantiu "que vai lutar" e está "convicto de que vai conseguir" avançar com o projeto em Famalicão, se for eleito a 26 de setembro. 

O candidato está disposto a aceitar mais competências por parte do Governo, nomeadamente ao nível da saúde, porque, justifica, a Câmara passa a ter "outras condições para servir a comunidade, podendo agir de imediato". 

PS aponta a construção ou aproveitamente de edifícios devolutos como possibilidades para resolver a falta de camas para estudantes universitários

No Ensino Superior, Eduardo Oliveira quer reabilitar imóveis degradados para aumentar o número de camas para estudantes. O socialista não identifica, por enquanto, nenhum local no concelho que possa servir este fim, mas considera que melhorar as condições de habitabilidade vai atrair mais jovens para o concelho.

À semelhança do que defendem outros partidos, também o PS aponta a "construção ou aproveitamente de edifícios" devolutos como possibilidades para resolver a falta de camas para estudantes universitários. "O alojamento estudantil é uma forma de garantirmos aos estudantes condições para virem para Famalicão. O desenvolvimento económico de um concelho passa pela parte da indústria, mas também pelo ensino. Se dermos condições para melhorar o ensino, vamos cativar mais gente", asseverou.

Eduardo Oliveira diz que atualmente "Famalicão não é um concelho para todos", acrescentando que "a rede de saneamento básico não chega a todos e há uma carência grande de transportes para que a comunidade se possa deslocar aos serviços públicos".

No programa eleitoral, o socialista sugere ainda a instalação de “Espaços do Cidadão” nas freguesias, para "aproximar os cidadãos aos serviços que necessitam". "Apostar num Simplex Concelhio, permitindo desenvolver procedimentos administrativos mais simples e mais transparentes" e apostar "na criação de serviços ao domicílio para cidadãos com vulnerabilidades" são outras das propostas socialistas.

Às eleições de 26 de setembro candidatam-se, em Vila Nova de Famalicão, sete partidos: além da Iniciativa Liberal, a coligação PSD/CDS-PP; Chega; CDU; PAN; Partido Socialista e Bloco de Esquerda.

As entrevistas aos candidatos podem ser ouvidas, em podcast.